Vasco homenageia os 97 anos da Resposta Histórica

Em 07 de Abril de 1924, o presidente Cruzmaltino José Augusto Prestes, enviava para a AMEA - Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, a Resposta Histórica. Nela, o Vasco abdicava do seu direito de participar da nova liga por não aceitar a condição de excluir 12 atletas do clube. Naquele ano, o Gigante da Colina tinha sido Campeão Carioca, que na época, era o principal Campeonato do Brasil.

Nesse sentido, um dos critérios para a exclusão, baseava-se no analfabetismo e nas condições e natureza das profissões desses jogadores. Além disso, curiosamente, todos os 12 atletas vascaínos eram negros ou brancos de origem humilde.

Diante disso, o presidente do Vasco informou em ofício, que o Vasco estava desistindo de participar da nova associação, pois não concordava com as determinações discriminatórias e racistas, da AMEA . No entanto, esse fato fez com que o Vasco da Gama disputasse uma liga alternativa.

Posteriormente, esse ato que seria considerado histórico, o documento se tornou um marco contra o racismo e a discriminação social no futebol brasileiro.

Confira na íntegra a "Resposta Histórica" do Club de Regatas Vasco da Gama:

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924. 
Oficio No. 261
Exmo. Snr. Dr. Arnaldo Guinle, 
M. D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

As resoluções divulgadas hoje pela Imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada, nem pelas deficiências do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande numero dos nossos associados.

Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da A.M.E.A., e a forma porque será exercido o direito de discussão a voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto á condição de eliminarmos doze dos nossos jogadores das nossas equipes, resolveu por unanimidade a Diretoria do C.R. Vasco da Gama não a dever aceitar, por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociais desses nossos sócios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação, nem defesa.

Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte, sacrificar ao desejo de fazer parte da A.M.E.A., alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitorias, a do Campeonato de Football da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores, jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o ato publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glorias.

Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da A.M.E.A. Queira V. Exa. aceitar os protestos da maior consideração estima de quem tem a honra de subscrever De V. Exa. Ato Vnr., Obrigado.

José Augusto Prestes, 
Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama


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3 Comentários

  1. Kleyton Silva07 abril

    Momento marcante na história do Vasco da Gama, do futebol brasileiro e futebol mundial. Respeito e Igualde a todos os desportistas de todo mundo. SV!

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  2. Luan Marques07 abril

    Club de Regatas Vasco da Gama, o clube com a história mais bonita no esporte mundial. Nunca discriminamos ninguém, no Vasco todos são iguais, independente de raça, classe social, religião, opção sexual e etc.

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  3. Marcão da Barreira07 abril

    Orgulho por torcer pelo clube de maior inclusão social do mundo. C. R. Vasco da Gama: " Respeito e Igualdade, Sempre". SV!

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