Vasco assina pré-venda da SAF por R$ 700 milhões

O Vasco fechou um acordo nesta segunda-feira, 21-02, com a 777 Partners para comandar a SAF do clube carioca, em uma participação de 70% na nova empresa, que está avaliada em R$ 1 bilhão. O negócio foi fechado, após três meses de negociação. Pelo acordo, a 777 Partners assumirá a divida de R$ 700 milhões do clube. O documento, no entanto, ainda não tem validade porque depende de aprovação interna no Vasco. A informação é do site GE.

A 777 Partners propõe um investimento de R$ 700 milhões na SAF do Vasco ao longo dos próximos anos, em troca da aquisição de 70% das ações dessa empresa. Também existe predisposição para investimentos na reforma de São Januário, e no Centro de Treinamento do clube, o que fará com que a operação supere a casa de 1 bilhão de Reais. Esta é a maior operação de investimento da história do futebol brasileiro. 

Fundada em Miami, em 2015, a 777 Partners é uma companhia que atua em diferentes ramos de negócios, como: aviação, serviços financeiros, seguros, mídia e entretenimento. No futebol, a empresa tem o controle total do Genoa, da Itália, e parte do controle do Sevilla, da Espanha. Além disso, faz investimentos em direitos de transmissão e streaming no exterior, e nos Estados Unidos.

O presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, Jorge Salgado, assinou, em Miami, um "pré-acordo", que consiste na venda de 70% do clube-empresa, mediante os valores citados acima. No entanto, o acordo definitivo ainda não foi sacramentado, pois dependerá da aprovação de associados vascaínos. Há um prazo de 90 dias, para que todos os trâmites políticos e burocráticos sejam realizados.

No acordo que acaba de ser assinado entre Vasco e 777 Partners, fica estabelecido que o estádio São Januário continuará a ser de propriedade da associação civil, CRVG. O clube-empresa, controlado pelos novos proprietários, assumirá a gestão do equipamento por meio de um contrato de aluguel, que terá 50 anos de duração, prorrogáveis por mais 50.

O valor desse aluguel ainda está sendo definido pela diretoria, e a quantia que será repassada para a associação civil, CRVG, financiará suas atividades sociais e as demais modalidades esportivas.

Dirigentes vascaínos estimam que o endividamento do clube esteja, atualmente, em cerca de R$ 700 milhões, segundo o balanço auditado, referente a 2021, que será publicado até 30 de abril, onde se confirmará o valor.

A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) será responsável por pagar toda a dívida, nos limites estabelecidos pela Lei da SAF, recém-criada pelo congresso brasileiro para estimular a migração dos clubes para o modelo empresarial.

Além disso, os custos do Complexo Esportivo, passarão a ser de responsabilidade da SAF. Isso fará com que o clube reduza drasticamente seus gastos no cotidiano, pois a manutenção de São Januário representa grande parte das despesas.

Para tornar o negócio mais rentável e competitivo, é evidente que os novos investidores queiram fazer uma reformulação do estádio de São Januário. Para isso, já existe a previsão de investir um valor adicional em sua reforma, com renovação completa da infraestrutura, visando transformar o atual estádio em um dos Complexos Esportivos mais modernos, e mais bem aparelhos do mundo.

Por se tratar de um assunto complexo, que envolve direitos de sócios patrimoniais, a diretoria do Vasco pretende debatê-lo nos próximos três meses, até que se chegue a um formato que contemple os interesses dos antigos sócios proprietários e os novos investidores americanos.