Danilo Barcelos aponta as causas da má fase do time

Após suspensão, Danilo pode retornar ao time do Vasco.

Durante entrevista no CT do Almirante, o lateral esquerdo Danilo Barcelos apontou o excesso de jogos como sendo um dos motivos pela queda de rendimento do Vasco neste início de Brasileiro. O time acumula três derrotas, dois empates e nenhuma vitória nas cinco primeiras rodadas disputadas. Realmente, o calendário brasileiro precisa ser revisto e não é de hoje. Porém, ele é igual ou muito parecido para todos os Clubes. O que muda é a forma como cada um se organiza para enfrentá-lo. O Fernando Miguel, por exemplo, foi o único jogador que atuou todos os 1620 minutos que a equipe cruzmaltina esteve em campo pelo Campeonato Carioca, fora os acréscimos. Hoje o goleiro é um dos desfalques importantes do time, e sequer estreou no Campeonato Brasileirão deste ano.

Seis vascaínos atuaram em mais de 80% dos minutos disputados pelo time na competição: Fernando Miguel, Lucas Mineiro, Cáceres, Marrony, o próprio Barcelos e Werley. Foi a maior marca entre os quatro grandes. No Flamengo, nenhum jogador permaneceu tanto tempo em campo. Rodrigo Caio, com 76,4%, foi quem mais jogou. O Fluminense teve cinco jogadores e o Botafogo quatro. Os dois, no entanto, fizeram menos jogos, sendo 15 e 11, respectivamente, o que naturalmente reduz a necessidade de rodízio.

O Vasco disputou 18 jogos e o Flamengo 17. O que mais chama a atenção é que o Vasco foi o primeiro a ter a oportunidade de utilizar uma equipe reserva ou mista sem comprometer a briga pelo título estadual, e não o fez. Foi o primeiro a se classificar para as semifinais gerais após ganhar a Taça Guanabara, e ainda assim, Alberto Valentim manteve a formação principal em praticamente todas as rodadas do 2º turno, fazendo pequenas alterações na maioria das vezes apenas por ordem técnica.

O Vasco supervalorizou a Taça Rio e o Carioca, perdeu os dois, comprometeu seu início de Brasileiro e agora colhe os frutos de um futebol mal gerido no início do ano, onde novamente foi conduzido pelo imediatismo. A equipe de São Januário já disputou 29 partidas em 2019 e restam apenas 33 para o encerramento da temporada. O time terminará o ano, com 62 jogos realizados. O Palmeiras, líder do Brasileiro, fez apenas dois jogos a menos, mas terminará a temporada com no mínimo dois a mais, já que ainda segue na briga pela Copa do Brasil e a Libertadores.

Nenhum jogador palmeirense, porém, tem mais de dois mil minutos em campo até o momento. Dudu, com 1988, é quem está mais perto de romper esta marca. O segundo na lista, o volante Felipe Melo, aparece com apenas 1688. No Vasco, seis jogadores já ultrapassaram os dois mil jogos – Lucas Mineiro (2404), Danilo Barcelos (2156), Werley (2137), Marrony (2130), Cáceres (2010) e Fernando Miguel (2005).

Ou seja, o excesso de jogos atrapalha, é claro, mas não impede de se ter um time de menor minutagem quando o 2º semestre chegar. Pra isso, porém, é necessário confiar no elenco que montou ou, no caso de quem tem menos investimento, como o Vasco, saber priorizar as competições. Com mais de 40 jogadores no elenco cruzmaltino, a falta de peças não foi o problema. Pelo contrário, o excesso é que é.

O calendário pode, e deve, ser discutido, só não pode ser muleta para a falta de organização de dirigentes e comissões técnicas. Planejar o ano faz parte do trabalho. Aliás, é grande parte dele. Assim como montar um elenco em que se use as peças e não apenas as pague, ainda que com atraso.

O excesso de jogos atualmente prejudica mais o torcedor emocionalmente, que se vê obrigado a acompanhar o time do coração apresentando atuações sofríveis, do que a equipe que já foi eliminada de todas as competições mata-mata que disputou em 2019.

por: André Schmidt